"Construir, a partir da palavra poética, um cruzamento artístico assente na pluralidade. É este o fundamento da "Intervenção na biblioteca - folhas ou por que não perguntas aos poetas", projecto coordenado pelo artista plástico Élio Oliveira que vai estar patente, entre hoje e 2 de Julho, na Biblioteca Municipal de Espinho.

Para "combater o marasmo instalado nas artes plásticas", Élio Oliveira - nascido na Venezuela há 47 anos e possuidor de um currículo vasto, que inclui exposições na Alemanha, Suécia, Áustria ou Holanda, num total de 10 países - lançou um convite a quatro poetas, propondo-se criar intervenções onde a interacção é um elemento omnipresente.

A partir de escritos da autoria de Joaquim Castro Caldas, Mariana Oliveira, Hugo Cadete e Carla Oliveira, seleccionados pelos próprios, o artista plástico colocou em diálogo "autores que, apesar de não se conhecerem pessoalmente, denotam nos seus textos problemáticas comuns"

O resultado foi um projecto que provocou "um enorme entusiasmo em todos os envolvidos", provando que "a individualidade marcada não impede a partilha e a cumplicidade", afirma Élio Oliveira, licenciado em História pela Faculdade de Letras do Porto.

O recurso à poesia não se deveu apenas a predilecção pessoal por este género poético, mas também porque o autor acredita que "os poetas são os artistas mais lúcidos da contemporaneidade".

Da inauguração da mostra, hoje às 22 horas, na Biblioteca Municipal de Espinho, faz parte um recital de canto e piano por Sílvia Correia Mateus e Alla Pushenenkova, bem como leituras poéticas a cargo de Joaquim Castro Caldas, Mariana Oliveira, Hugo Cadete, Carla Oliveira, Alla Pushenenkova, Olga Rego, Rui Spranger e Sílvia Mateus."

Fonte do texto e foto: Jornal de Notícias - 02-06-006

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